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Pode-se dizer que sim, estamos em um dos períodos pós-crise e o turismo está recuperando o fôlego no Brasil e no mundo. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo – fórum para a indústria especializada -, o setor deve retornar globalmente aos níveis pré-pandemia em 2023 e expandir a uma taxa que vai superar a do crescimento do produto interno bruto (PIB).
Em entrevista no começo do ano, a diretora executiva da Organização Mundial de Turismo da ONU, Zoritsa Urosevic, afirmou que é hora de repensar todo o mercado. “Eu diria que esse setor é muito resiliente: todos nós sonhamos, e todos queremos viajar. Por enquanto, precisamos melhorar a educação e a formação, mas vejo um futuro brilhante. Os turistas vão voltar numa relação que será mais respeitosa do que antes: haverá um novo caminho para a felicidade no turismo e no intercâmbio cultural”.
A essa altura, ninguém quer imaginar outra crise acontecendo, não é? Felizmente, a pandemia de COVID-19, que essencialmente paralisou o planeta, deixou de ser a manchete mais importante dos jornais. E, como ela, outros momentos históricos delicados já colocaram em xeque a autonomia das pessoas em cruzarem fronteiras. Momentos de incerteza vem e vão e, provavelmente, continuarão testando a sociedade e as instituições. Saiba como períodos pós-crise, a exemplo de guerras e desastres naturais, já afetaram o fluxo de viagens antes – e os aprendizados para que, em caso de necessidade, esse mercado possa se recuperar com mais eficiência no futuro.
Na primeira metade do século 20, a indústria do turismo crescia vigorosamente graças à produção em massa de ônibus e carros. A Europa comandava e testemunhava o movimento, mas, quando as viagens internacionais estavam virando pauta, estourou a Primeira Guerra Mundial – que, no fim das contas, acabou mudando o mapa do continente. Aí ficou mais difícil viajar mesmo pois houve, de modo geral, certa restrição de circulação para outros países. Economicamente, foi um baque e os governos perceberam os efeitos que a falta de visitantes poderia trazer. A crise decorrente dos conflitos intensificou o interesse no turismo (nessa mesma época, o padrão de passaporte e vistos começava a ser amplamente adotado).
Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o setor ganhou um impulso gigantesco, muito por conta da revolução tecnológica que impactou os transportes, dos automóveis aos aviões de grande capacidade e autonomia (já usados comercialmente. LINK PARA TEXTO DA HISTÓRIA DOS AVIÕES). Agências enxergaram o potencial no mercado e fundaram as primeiras entidades associativas, como sindicatos e agremiações de operadoras de viagens. Isso tudo abriu caminho para que o turismo se lançasse a patamares de indústria global.
A recessão de 1973-1975 foi um período de estagnação econômica em grande parte do mundo ocidental, que colocou um ponto final na expansão econômica geral pós-Segunda Guerra Mundial. Era uma crise diferente das anteriores, porque desemprego e inflação estavam nas alturas simultaneamente. Essa também foi uma época de consolidação do turismo de massa: viajar deixou de ser algo apenas para um grupo exclusivo para se tornar uma atividade de lazer ao alcance de muitos.
Não há muita necessidade de dizer o que ocorreu naquele dia, mas aqui vai um pequeno resumo: camicases lançaram dois aviões contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e outro contra o Pentágono, em Washington. Uma quarta aeronave caiu em uma área deserta da Pensilvânia. Esse foi o maior ataque em território norte-americano desde o bombardeio japonês à base de Pearl Harbor (no Havaí, em 1941). Os atentados foram reivindicados pela rede Al-Qaeda de Osama bin Laden, baseada principalmente no Afeganistão dos talibãs.
Pode ser que você não se lembre ou não tenha vivenciado a repercussão, mas já imaginou um ataque terrorista em Nova York, um dos principais destinos turísticos do mundo? Nós já falamos algumas vezes sobre a cidade por aqui!
Passar por aeroportos nunca mais foi a mesma coisa: medidas de segurança mais rígidas foram introduzidas assim que as viagens aéreas civis foram retomadas – e os viajantes enfrentaram longas filas no período de adaptação aos novos sistemas. As consequências repercutiram em todo o globo, com países endurecendo verificações de identidade e triagem de segurança. Em 2002, a União Europeia colocou em vigor um regulamento exigindo que as companhias aéreas confirmassem se o passageiro que embarca é a mesma pessoa que despachou sua bagagem.
O impacto imediato do 11 de setembro no turismo incluiu uma grande queda na demanda por viagens para os Estados Unidos – a confiança do passageiro foi afetada, uma vez que voar não era mais uma experiência prática. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, calcula-se que as receitas das companhias aéreas com voos domésticos nos EUA caíram US$ 10 bilhões por ano entre 2001 e 2006. Para dar uma ideia, as perdas líquidas globais devido à pandemia de Covid em 2020 foram de US$ 126,4 bilhões no total.
A bancarrota do tradicional banco de negócios norte-americano Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, encerrou de forma brutal o frenesi criado em torno das operações arriscadas no setor do crédito imobiliário americano. A crise se refletiu no mercado de viagens com um recuo de receita considerável.
A destruição causada por um desastre natural impacta diretamente o turismo em destinos consagrados:
A plena recuperação do turismo é chave para superar a crise causada pela pandemia na América Latina e Caribe. O que dá para afirmar é que quando há compromisso com a indústria do turismo, todo o ecossistema é beneficiado. Países que desenvolveram planos de contingência específicos, lidam melhor com os desafios que invariavelmente afetam o setor.
Fique sempre de olho nas novidades publicadas aqui, no blog da Travelex Confidence!
Fontes: Nações Unidas, Inter-American Development Bank, Reuters, PANROTAS, CNN Brasil, Agência Brasil, Europeana.
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