Importação de criptoativos cresce 118% em 2024

Apenas no primeiro trimestre de 2024, a importação de criptomoedas por brasileiros já soma um montante de US$ 4,69 bilhões e apresenta um crescimento de 118% em relação ao mesmo período no ano passado. Em março deste ano, o setor atingiu um novo pico recorde de US$ 1,75 bilhão, segundo dados publicados pelo Banco Central. 

Em 2023, os dois primeiros meses do ano acumularam US$ 1,39 bilhão, enquanto no mesmo recorte de 2024, os números saltaram para US$ 2,93 bilhões – registrando um aumento de 110,31% durante o intervalo. 

Com um aumento sem precedentes no interesse por essa modalidade de investimento, as empresas gestoras deram início a uma fase de significativas aquisições de Bitcoin. Isso impulsionou o valor da moeda, resultando também na ampliação da procura por parte de investidores do mundo todo em adquirir criptomoedas. Os dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil reforçam essa tendência observada.

Importação de criptomoedas no Brasil

O processo de importação representa a movimentação de recursos de um indivíduo ou entidade não domiciliada no Brasil (vendedor) para um residente brasileiro (comprador), e as atividades comerciais são quantificadas pelas autoridades monetárias por meio de contratos de câmbio. 

No período dos últimos 12 meses, as importações de criptomoedas totalizaram US$ 14,843 bilhões.

A movimentação de compra de moedas digitais coincide com o ótimo momento vivido pela classe de ativos desde o início de 2024. Vale lembrar que, em janeiro, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovou o lançamento de uma série de ETFs de Bitcoin à vista, ação que incentivou uma poderosa onda de valorização do BTC e do mercado como um todo. 

Além disso, em março, o Bitcoin chegou a atingir sua máxima histórica de US$ 73 mil, impulsionado por entradas recorde nos fundos negociados em bolsa (ETFs) dos Estados Unidos vinculados à cripto.

Números de exportação

Apesar de ainda não alcançarem as importações registradas no fluxo de criptoativos no balanço de pagamentos, os valores de exportação apresentaram números expressivos, com US$ 202 milhões no primeiro bimestre do ano. 

No acumulado do trimestre, houve um salto significativo de aproximadamente sete vezes, indo de US$ 49 milhões nos primeiros três meses de 2023 para US$ 348 milhões este ano. Esse montante já representa mais da metade dos US$ 613 milhões exportados durante todo o ano passado.

De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Banco Central, a aquisição de criptoativos por parte dos brasileiros equivale à importação de um bem, enquanto a venda corresponde à exportação. Essa interpretação se baseia nas normas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que considera que ativos digitais sem um passivo de uma contraparte emissora são classificados como não financeiros.

O mercado agora está atento aos dados relativos ao mês de abril, que serão divulgados no dia 24/05. Após os recordes alcançados no primeiro trimestre, o Bitcoin registrou uma queda de mais de 14% no mês passado, o que provavelmente será refletido em uma redução nos números de importações e exportações.

Mais sobre criptomoedas

América Latina registra aumento de 105% no número de transações de criptomoedas em 2023

As criptomoedas, principalmente as chamadas stablecoins não são mais apenas restritas à especulação; agora, elas invadem o uso do dia a dia. Para se ter uma ideia, apenas em 2023, os ativos estáveis movimentaram um valor total de cerca de US$ 53 bilhões.

Esse processo incentiva o crescimento de pagamentos com criptomoedas na América Latina, onde milhões de pessoas têm aderido à modalidade. No ano de 2023, foi possível observar um aumento significativo de 61% no volume de transações e de usuários ativos, somado ao avanço de mais de 105% no número de transações em comparação com 2022.

O continente conta com três dos vinte países na lista de nações com o maior número de adeptos da moeda digital no mundo: México, Brasil e Argentina. E um dos motivos da grande aderência das criptos não apenas na região, mas globalmente, é devido à adoção de ativos estáveis como forma de pagamento.

Bitcoin chega a US$ 1 trilhão em valor de mercado

O BTC já estabeleceu um recorde em valor de mercado, atingindo uma capitalização de pico de US$ 1,35 trilhão, superando os US$ 1,28 trilhão registrados em novembro de 2021. 

Na cotação atual, a primeira criptomoeda do mundo vale mais do que a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, que possui uma capitalização de US$ 856 bilhões, e pouco menos do que a Meta, de US$ 1,17 trilhão. Na máxima da véspera, o BTC alcançou US$ 52.010 por unidade, o equivalente a um valor de mercado de US$ 1,02 trilhão.

Os ganhos recentes foram impulsionados pela demanda por ETFs (Exchange-Traded Funds) de Bitcoin nos EUA, juntamente com o halving, um evento programado que reduz pela metade a emissão de Bitcoin. Os ETFs de empresas como BlackRock e Fidelity Investments atraíram quase US$ 8 bilhões em entradas líquidas desde a sua estreia em 11 de janeiro.

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Fonte: Folha de S. Paulo | Valor Econômico

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