Dicas para Intercâmbio: Intercâmbio na Rússia

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Intercâmbio

5 min de leitura

Por: Confidence Câmbio • 5/11/2019

É normal ter dúvidas sobre viagens internacionais, ainda mais quando será de longa duração, ainda mais se for um intercâmbio. Geralmente, a experiência pode ser para trabalhar, estudar ou aprender mais sobre uma cultura diferente. Imagina então se for um intercâmbio na Rússia?
Hoje, a Rússia não está entre os países mais procurados pelos intercambistas, como é o caso dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Inglaterra ou Irlanda. Porém, se você busca uma viagem com muita aventura e diferença cultural, a Rússia é um país cheio de novidades, principalmente na escrita, já que por lá se utiliza o alfabeto cirílico.
Para te ajudar a planejar o intercâmbio, entrevistamos uma pessoa que foi trabalhar na Rússia, em Novosibirsk. Esperamos que isso te ajude a escolher o país como destino da sua próxima viagem internacional. Veja, abaixo, as respostas da Daiane Pezzotti sobre o seu intercâmbio na Rússia.

1. Para qual cidade e país foi o seu intercâmbio?

Daiane Pezzotti: Eu fiz Intercâmbio para Novosibirsk, na Sibéria russa. Lá, fiquei em Akademgorodok (Акаде́мгородо́), uma espécie de cidade-universitária que existe por lá.

2. Quanto tempo durou seu intercâmbio?

Daiane Pezzotti: Foram 3 meses trabalhando numa empresa de tecnologia e morando em um dormitório para estudantes das Universidades da região.

3. Quanto tempo você levou planejando seu intercâmbio?

Daiane Pezzotti: Fiquei 1 ano me planejando, financeiramente falando. Ou seja, juntando dinheiro sem saber para onde iria ainda.
Na época, eu conheci a AIESEC, uma organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo a paz mundial, por meio de intercâmbio entre países. Eles têm como opções o intercâmbio voluntário para ajudar projetos sociais e também intercâmbios de trabalho, onde se recebe uma remuneração para permanecer no país prestando serviço para uma empresa local.

4. Como planejou sua hospedagem?

Daiane Pezzotti: Pela AIESEC mesmo, eles te ajudam muito! Então, a AIESEC da Rússia me recebeu no aeroporto de Novosibirsk e me deu uma ‘buddy’, ou seja, uma pessoa que era responsável por me ajudar nos meus primeiros dias.
A Veronica foi a minha buddy e me ajudou a encontrar uma vaga no dormitório de estudantes das Universidades. Como era período de férias, vários estudantes internacionais buscavam esses alojamentos para se hospedar. O quarto e banheiro eram privados, enquanto a cozinha e os utensílios eram compartilhados, bem como a lavanderia. Uma coisa interessante é que esses dormitórios eram regidos pelas “babushkas”, senhorinhas que não falavam nada de inglês.
Então era muito engraçado nos comunicar com elas sem saber o idioma. Lembro que eu fazia gestos no calendário para entender os dias que meu andar poderia usar a máquina de lavar. Outro dia também andei de patins dentro das instalações e elas me deram uma bronca. Não tinha entendido nada, e só percebi porque houve mudança no tom da voz.

5. Qual a comida típica que mais gostou no seu intercâmbio na Rússia?

Daiane Pezzotti: Olha, quando eu fui para lá eu não era vegetariana. De qualquer forma eu não conseguia ler o cardápio, então acabava escolhendo as coisas na sorte.
Eu gostei bastante do Pelmeni (пельмень), uma espécie de massa que parece um ravióli. Eles eram recheados com ingredientes que eu nunca vou descobrir o que eram, mas acredito que eram carne bovina ou de porco. Depois acabei descobrindo o Vareniki (Вареники), que é basicamente a mesma coisa, só que o recheio sempre de batatas. Esse era meu prato favorito! E também o mais seguro… afinal um dia escolhi num supermercado fígado.
Por isso aprendi as palavras mais importantes da vida: frango. Que em russo se diz: kuritsa, mas se escreve assim: курица. Uma das coisas que eu gostei também foi uma sobremesa chamada blini, como se fosse uma panqueca recheada com chocolate, morango ou smetana (creme de leite russo).

6. Que lugares você visitou no seu intercâmbio?

Daiane Pezzotti: Aproveitei para conhecer Moscou, indo de avião. Amei! Uma cidade incrivelmente majestosa. Com prédios e ruas gigantescos. Fui até a Praça Vermelha, visitei vários museus sobre a Segunda Guerra Mundial e também entrei na Catedral de São Basílio.
Uma dica: aprenda algumas coisas do alfabeto russo antes de testar usar o metrô. As estações também estão escritas em alfabeto russo e fica muito difícil saber onde descer. Talvez agora, depois de algumas Copas e eventos esportivos por lá, isso tenha melhorado e tenham colocado a ajuda em inglês.
Também viajei de trem para várias cidades próximas. As mais próximas sempre ficavam a 8 horas de distância de trem, ou seja, realmente um país de proporções gigantes e cidades distantes, mas que para eles eram consideradas perto.
Você consegue visitar o país todo de trem! O que eu achei maravilhoso e queria muito que tivesse no Brasil. Visitei Tomsk, Omsk (cidade onde Dostoievski ficou preso e escreveu vários livros) e Gorno-Altaysk, uma espécie de Las Vegas russa, com esportes radicais, baladas e cassinos.

7. O que achou da receptividade das pessoas do país?

Daiane Pezzotti: Os russos são bem fechados, mas com o tempo você consegue fazer amizades. Meu intercâmbio na Rússia me trouxe muitos amigos, inclusive! Tiveram alguns comentários engraçados, como o fato de eu ‘sorrir’ bastante, acho que eles não têm esse costume por lá.
Além disso, teve uma situação inusitada… em Moscou, meus créditos de telefone acabaram e eu precisava ligar para uma amiga que morava nessa cidade, já que ia me hospedar na casa dela. Eu tentei, várias vezes, pedir um celular emprestado na porta do metrô e ninguém me emprestava, talvez achassem que eu fosse roubar ou sei lá. Muitos não falavam inglês, então isso dificultava as coisas… até que eu comecei a chorar desesperada e alguém parou para me emprestar um celular!
Fica a dica: leve um chip internacional do Brasil, que seja aceito nas redes por lá, para não passar por esses apuros!

8. Como foram os custos durante o seu intercâmbio na Rússia?

Daiane Pezzotti: Meu custo, basicamente, foi com passagem aérea e o meu primeiro mês lá. Já que nos outros meses eu recebi um salário pelo meu trabalho na empresa que me contratou temporariamente.
Fui em 2012 e, naquele período, a passagem foi uns R$ 3.500, com escala na Europa. Meu salário era de, aproximadamente, R$ 1.700 e pagava R$ 200 na habitação de estudantes. Ou seja, sobrava bastante dinheiro e, com isso, eu pude visitar outras cidades, como mencionei acima.
Lá, a gente recebia o salário em rublos, mas quando eu precisava de dinheiro eu recarregava meu cartão pré-pago internacional da Travelex Confidence e conseguia sacar num caixa eletrônico por lá na moeda deles. Então, eu recarregava em euro ou dólar e conseguia sacar em rublo no caixa eletrônico quando tinha algum pagamento que não aceitava cartão, como um táxi, por exemplo. O sistema do cartão mesmo já fazia a conversão de moedas para mim, bem simples.

9. Alguma dificuldade com a distância da sua viagem internacional?

Daiane Pezzotti: para falar com meus pais era complicado, pois havia muita diferença de fuso horário. São 8 horas de diferença para mais. Então, eu conseguia falar com eles sempre no fim da tarde ou à noite, que estava amanhecendo aqui no Brasil. Hoje, com o WhatsApp, por exemplo, acredito que essa questão não seja um problema. Ainda mais para quem tiver um chip internacional de celular.

10. Uma frase que descreve seu intercâmbio na Rússia?

Daiane Pezzotti: eu amei essa experiência e, com certeza, faria de novo para outro país exótico, como na Ásia ou no Oriente Médio. Gosto bastante de conhecer novas culturas e também aprender mais sobre como as pessoas vivem em outras localidades. Fiz muitos amigos, uma inclusive que conheci lá e que falava português! Sou muito agradecida por ter tido essa experiência.
Tem mais dúvidas sobre intercâmbio na Rússia? Manda pra gente, que respondemos para você. Então, já sabe né? Se for fazer intercâmbio, não se esqueça de levar cartão pré-pago e chip internacional. Esperamos ter ajudado na sua escolha, conte com a gente e boa viagem!

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