Câmbio flutuante e câmbio fixo: qual a diferença entre eles?

Quando planejamos uma viagem internacional, a questão do câmbio pode ser uma das mais importantes, pois a variação no valor da moeda do local de destino impacta diretamente no custo total da viagem. No Brasil, o regime cambial adotado desde 1999 é o câmbio flutuante, mas nem sempre foi assim.

Nos primeiros anos do Plano Real, o País operava sob o regime de câmbio fixo, onde o valor da moeda nacional era atrelado a uma moeda estrangeira, no caso, o dólar. Em 1º de julho de 1994, R$ 1 valia exatamente US$ 1. No entanto, o câmbio fixo trouxe desafios para a economia do país, pois a manutenção da paridade cambial exigia reservas internacionais substanciais, o que podia limitar a flexibilidade econômica do Brasil em responder a crises.

Regime cambial é o sistema pelo qual um país administra o valor de sua moeda em relação a outras unidades monetárias estrangeiras. O Plano Real, implementado em 1º de julho de 1994, foi um marco na estabilização da economia brasileira. No entanto, com o passar do tempo, o Brasil passou a utilizar uma variante do câmbio fixo chamada “banda cambial”.

Nesse sistema, o Banco Central (BC) estabelecia limites para a variação do valor do dólar. Se a divisa norte-americana superasse o limite superior da banda, o BC intervinha, vendendo dólares de suas reservas internacionais para reduzir o valor da cotação. Se o dólar caísse abaixo do limite inferior, o BC comprava dólares, elevando assim seu preço e mantendo a relação equilibrada.

Esse sistema funcionou bem até o final da década de 1990, quando o Brasil enfrentou uma grave crise cambial. Com as reservas internacionais em dólar esvaziadas, o País não tinha mais recursos para manter o valor da moeda dentro da banda estabelecida. Em janeiro de 1999, o Banco Central anunciou que deixaria de intervir diretamente no mercado, permitindo que a taxa de câmbio fosse determinada pelas forças de oferta e demanda. Esse foi o início do regime de câmbio flutuante no Brasil.

Câmbio flutuante e imprevisibilidade

No câmbio flutuante, o valor da moeda varia conforme as condições do mercado, sem uma intervenção constante do governo. Isso significa que o real pode se valorizar ou desvalorizar em relação ao dólar, dependendo de fatores como a entrada e saída de capital estrangeiro, a balança comercial, a inflação, entre outros.

A principal vantagem desse sistema é que ele permite ao mercado ajustar o valor da moeda conforme a realidade econômica, sem a necessidade de o governo gastar suas reservas para manter uma taxa artificial.

Por outro lado, a flutuação do câmbio pode causar incertezas, especialmente para quem planeja viagens internacionais. As variações no valor do dólar podem encarecer ou baratear os custos em moeda estrangeira de um dia para o outro.

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Para minimizar esse risco, o recomendado por especialistas é que os viajantes façam a compra gradual de moeda estrangeira. Isso pode ser feito adquirindo pequenas quantias ao longo do tempo, evitando assim a exposição a grandes oscilações de uma só vez.

Outra opção vantajosa é utilizar o serviço de câmbio programado, em que é possível agendar a compra de moeda estrangeira em datas específicas, garantindo uma taxa previamente estabelecida. Dessa forma, o turista pode se proteger contra possíveis aumentos no valor do dólar e planejar as despesas de viagem com mais segurança e previsibilidade.

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Além disso, é importante estar atento ao noticiário econômico e às previsões de especialistas sobre o mercado cambial. Embora seja impossível prever com total precisão o comportamento das moedas, informações sobre o cenário econômico global, decisões de política monetária e eventos geopolíticos podem fornecer pistas sobre a direção que o câmbio pode tomar.

Adotar essas práticas pode fazer a diferença no planejamento financeiro de uma viagem, garantindo que surpresas cambiais não atrapalhem seus planos.

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Fonte: g1