Astroturismo: destinos para apreciar o céu e seus fenômenos

Palavra relativamente nova nos dicionários em português, astroturismo é um tipo de turismo cujo objetivo é a observação dos astros e fenômenos celestes – como auroras, eclipses, etc. –, especialmente em lugares com condições favoráveis de clima, topografia e menos poluição luminosa. Que tal arrumar as malas e partir para uma aventura dessa?

Desde sempre, o céu noturno costuma despertar um verdadeiro fascínio, principalmente porque parece guardar respostas para muitos dos mistérios sobre a vida na Terra e fora dela. Antes, olhar para cima com curiosidade era um exercício que não demandava grandes deslocamentos (afinal, limitava-se a esperar anoitecer e torcer para que nuvens não estragassem a vista). Hoje, é a poluição luminosa provocada pelas milhões de lâmpadas das grandes cidades que prejudica a observação astronômica. Para nossa sorte, ainda existem lugares perfeitos para a prática e viajar com esse propósito – admirar estrelas, planetas e cometas enquanto buscamos reconexão com a natureza – já ganhou até nome próprio: astroturismo.

Sim: o astroturismo é uma tendência de viagem. Saiba de onde é possível testemunhar eclipses, auroras boreais e chegar pertinho de galáxias muito distantes através da lente de um telescópio.

1. Astroturismo no Deserto do Atacama, no Chile

Essa região árida que se estende por mil quilômetros do norte do Chile até a fronteira com o Peru possui a tríplice de condições ideais para a observação de estrelas: alta altitude, céus não poluídos e ar seco – não à toa, o trecho inóspito concentra cerca de 40% dos telescópios ópticos e infravermelhos de grande porte do mundo. Há diversas opções de passeios criados especialmente para os interessados em um tour (literalmente) astronômico. Alguns deles levam até hotspots para captar, durante a noite, imagens incríveis do céu. Os observatórios científicos, como o gigantesco ALMA, também abrem suas portas para visitas diurnas gratuitas, que devem ser agendadas com antecedência.

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2. Tenerife, nas Ilhas Canárias

Altitude certa, proximidade da linha do Equador e livre de tempestades tropicais fazem das remotas Ilhas Canárias, perto da costa da África Ocidental, um excelente destino para o astroturismo. A ilha de Tenerife, em especial, aprovou uma lei que controla as rotas de voo para proteger suas condições de observação de estrelas e também promove o Starmus, um encontro internacional para celebrar a astronomia, a exploração espacial e as ciências de modo geral. Em 2022, o festival acontece em setembro.

3. Reserva Natural NamibRand, na Namíbia

Quando a International Dark-Sky Association (um grupo que reconhece lugares pela qualidade do céu) foi criada em 1988, o primeiro destino a alcançar o status de Gold Tier (o prêmio mais badalado da organização) foi a Reserva Natural NamibRand, na Namíbia. No árido deserto, a quase 100 km da aldeia mais próxima, os visitantes podem acampar e fazer visitas guiadas às dunas. Quando o assunto é hospedagem, o Wolwedans é uma experiência à parte: um complexo de lodges e acampamentos construídos a partir de madeira ecológica e abastecidos de energia solar que garantem uma pegada ambiental leve no ecossistema intocado do deserto. A exclusiva suíte Mountain View, aliás, tem até uma cama no deck com vista para as estrelas.

4. South Island, Nova Zelândia

A chamada Bacia do Mackenzie é uma das maiores reservas de céu escuro (ou seja, livre da tal poluição luminosa) do mundo. Fica em um planalto rural na Nova Zelândia e é inteiramente cercada por montanhas na acidentada Ilha Sul do país. Na excursão noturna ao Mount John Observatory, usado por astrônomos do Japão, Alemanha e Estados Unidos, os visitantes podem avistar as Nuvens de Magalhães – galáxias satélites da Via Láctea visíveis apenas do hemisfério sul.

Fontes: Academia Brasileira de Letras, Época, Superinteressante,Panrotas,